VÍDEO: idoso é atacado por sagui em Santa Maria do Cambucá; cidade registrou 1º caso de raiva humana em PE após 8 anos
30/01/2025
Segundo a secretaria de saúde do município, paciente de 72 anos foi atendido pela equipe médica e segue em monitoramento. No início do mês, uma mulher de 56 anos morreu após ser picada pelo animal silvestre na mesma cidade. Idoso é atacado por sagui em Santa Maria do Cambucá
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um idoso de 72 anos sendo atacado por um sagui em Santa Maria do Cambucá, Agreste de Pernambuco. Ao g1, a Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Michelly Medeiros, confirmou que o paciente recebeu atendimento na última quarta-feira (29) (veja vídeo acima).
Leia também
Morre mulher que contraiu raiva humana após ser mordida por sagui
A coordenadora disse que o ataque aconteceu em um bar localizado na entrada da cidade. O paciente é natural da cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte e veio visitar familiares no Agreste de Pernambuco.
"O ataque foi na região do rosto. Ele foi atingido em duas áreas da face: uma arranhadura na testa e outra na parte da barba, em seguida também foi mordido na perna", disse.
✅ Receba as notícias do g1 Caruaru e região no seu WhatsApp
Michelly Medeiros disse que o paciente tomou a primeira dose da vacina na unidade de saúde municipal. A segunda, deve ser aplicada no próximo sábado. Ele também foi encaminhamento para o Hospital Mestre Vitalino em Caruaru para tomar o soro, que previne contra a raiva humana e recebeu alta com orientação de tomar as outras doses da vacina no município de origem.
O g1 também entrou em contato com a secretaria estadual de saúde, que disse que a Diretoria de Vigilância Ambiental está acompanhando, por meio da IV Gerência Regional de Saúde (Geres), o caso de interação entre um sagui e um homem na cidade de Santa Maria do Cambucá.
1º morte em 8 anos em PE
Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) fica no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife
Reprodução/TV Globo
No dia 11 de janeiro, uma mulher de 56 anos morreu depois de contrair raiva através da mordida de um sagui na mesma cidade. Ela estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, no Centro do Recife, e tinha sido o primeiro caso da doença registrado em oito anos, em Pernambuco.
A mulher, que não teve o nome informado, estava internada desde o dia 31 de dezembro no Huoc, que é referência no tratamento de doenças infecto-contagiosas. Ela foi mordida pelo sagui na mão esquerda em 28 de novembro de 2024.
Na época, ela procurou atendimento e foi orientada a retornar para tomar soro e quatro injeções. Entretanto, não seguiu com o tratamento. Os sintomas se manifestaram de forma leve e o quadro se agravou quase 30 dias depois. A paciente voltou a procurar atendimento na cidade em que mora e, de lá, foi transferida para o Huoc. Os médicos informaram que a doença se agravou por causa da falta de profilaxia na época certa.
Em caso de agressão por animais silvestres, a primeira medida a ser tomada é procurar assistência médica e o profissional de saúde analisa se é necessário tomar a vacina ou soro contra a raiva. Em geral, a profilaxia é feita com a aplicação do soro e quatro doses do imunizante.
Apesar da taxa de letalidade ser considerada de 100%, em 2009, um adolescente pernambucano de 16 anos foi o primeiro brasileiro a sobreviver à raiva humana. Marciano Menezes da Silva estava dormindo quando foi mordido por um morcego e contaminado pela doença. Ele foi internado no Huoc, onde foi tratado.
O que é raiva humana?
Mulher contrai raiva humano após ser mordida por sagui em Pernambuco
A raiva humana é uma doença causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, que é encontrado geralmente em morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue.
Ela pode ser transmitida pelo contato com saliva e secreções de mamíferos infectados, sejam eles cães, gatos, macacos, bovinos, porcos, além do próprio morcego, entre outros. Os sintomas podem aparecer dois a dez dias após o período de incubação.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos no país: nove causados por mordidas de cães; 24, por morcegos; seis, por primatas não humanos; dois, por raposas; quatro, por felinos; e um, por bovino.