Policial penal é afastado após ser preso em flagrante por tráfico de drogas no Presídio de Igarassu
Segundo as investigações, servidor, identificado como Eluilson Gomes Nunes da Silva, forneceu 165 gramas de maconha a um detento da unidade. Presídio de Igar...

Segundo as investigações, servidor, identificado como Eluilson Gomes Nunes da Silva, forneceu 165 gramas de maconha a um detento da unidade. Presídio de Igarassu, em imagem de arquivo Reprodução/TV Globo Um policial penal foi afastado pelo governo de Pernambuco oito dias depois de ser preso em flagrante por tráfico de drogas no Presídio de Igarassu, no Grande Recife. No início deste ano, a unidade prisional foi alvo de uma operação da Polícia Federal que desarticulou um esquema de corrupção e regalias conhecido como "resort do crime" (saiba mais abaixo). 📲 Siga o perfil do NE2 no Instagram O servidor, identificado como Eluilson Gomes Nunes da Silva, de 52 anos, foi detido no dia 13 de junho, depois que outros agentes da unidade encontraram 165 gramas de maconha com um detento do presídio durante uma revista pessoal, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). Ainda segundo o órgão, o presidiário confirmou em depoimento que recebeu a droga de um policial penal. A secretaria informou também que, ao verificar imagens do circuito interno, comprovou a ocorrência do crime, encaminhando os dois para o Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. O g1 tenta contato com a defesa de Eluilson Gomes Nunes da Silva. No dia seguinte, os envolvidos no caso passaram por audiência de custódia. A juíza Naiana Lima Cunha Bhering, da Vara Criminal de Igarassu, converteu a prisão em flagrante para preventiva. A decisão de afastar o servidor foi publicada no Diário Oficial deste sábado (21). A portaria, assinada pelo secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), Paulo Paes de Araújo, determina a suspensão do policial penal até a conclusão do processo criminal e o materiais e instrumentos de trabalho, incluindo armas, que estavam em posse dele. Outras apreensões Polícia apreende maconha escondida em ovos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife Em menos de um mês, foram registradas, ao menos, três apreensões de drogas dentro do Presídio de Igarassu: 29 de maio: policiais penais encontraram 378 gramas de maconha guardados em caixas de aveia durante uma inspeção dos mantimentos levados por parentes de detentos; 2 de junho: um homem foi preso em flagrante enquanto tentava entrar no presídio com 210 gramas de maconha, escondidos dentro de ovos numa bandeja (veja vídeo acima); 19 de junho: uma mulher foi detida após levar pedras de crack dentro de uma peça de carne ao visitar um detento da unidade. Resort do crime O esquema de corrupção foi desarticulado pela Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal no fim de fevereiro. As investigações começaram depois que a polícia identificou que um detento comandava diversos crimes de dentro da cadeia, com o apoio de servidores do sistema prisional. Além das regalias para os presos, foram constatados outros crimes dentro do presídio, como o uso de drogas e também a produção de pasta base de cocaína dentro do Espaço Cultural da unidade. Na primeira fase, foram presos o ex-diretor do presídio e quatro policiais penais. Na segunda fase, deflagrada em abril, o ex-secretário foi o alvo. Além de preso, ele também foi alvo de busca e apreensão. Na casa dele, no bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife, foram apreendidos arma funcional, aparelhos celulares e um veículo. Entre os crimes investigados, estão corrupção ativa e passiva, prevaricação, facilitação de entrada de objetos ilícitos na prisão, tráfico de drogas e organização criminosa. De acordo com inquérito da Polícia Federal, o dinheiro da propina seria um pagamento que os presos, na figura dos chaveiros, repassavam para o diretor Charles Belarmino. As investigações também apontaram que o ex-secretário André de Araújo Albuquerque teria recebido parte do dinheiro. As investigações da PF e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) continuam, e o inquérito segue em segredo de Justiça. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias