Luana Piovani depõe em audiência de processo movido por Sari Corte Real contra atriz por comentários sobre caso Miguel: 'Constrangedor'

'Que constrangimento', diz Luana Piovani após audiência de ação movida por Sari Corte Real A atriz Luana Piovani participou, nesta quinta-feira (2), da prim...

Luana Piovani depõe em audiência de processo movido por Sari Corte Real contra atriz por comentários sobre caso Miguel: 'Constrangedor'
Luana Piovani depõe em audiência de processo movido por Sari Corte Real contra atriz por comentários sobre caso Miguel: 'Constrangedor' (Foto: Reprodução)

'Que constrangimento', diz Luana Piovani após audiência de ação movida por Sari Corte Real A atriz Luana Piovani participou, nesta quinta-feira (2), da primeira audiência do processo movido por Sari Corte Real contra ela por danos morais (veja vídeo acima). Na ação, a ex-patroa da mãe do menino Miguel, que morreu ao cair do 9º andar de um prédio no Recife em junho de 2020, alega que a influenciadora feriu sua honra ao comentar sobre o caso em stories no Instagram e pede uma indenização de R$ 50 mil. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE O processo corre na Seção A da 29ª Cível da Capital. Ex-primeira dama de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, Sari foi condenada a 7 anos de prisão por ter deixado a criança sozinha no elevador e apertado o botão da cobertura antes do acidente (relembre o caso abaixo). A audiência de instrução, realizada em formato remoto, durou cerca de três horas e teve cinco depoimentos. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), além de Luana, que é ré no processo, foram ouvidas três testemunhas de defesa, incluindo a mãe de Miguel, Mirtes Renata, um assessor da atriz e a coordenadora de uma ONG da qual a influenciadora é madrinha. Também teve uma testemunha de acusação, que é um colega de turma de Sari Corte Real numa faculdade de medicina particular. Sari não depôs sob a justificativa de já ter falado sobre o caso no processo criminal sobre a morte de Miguel. Segundo o TJPE, após os depoimentos, a juíza Ana Claudia Brandão de Barros Correia deu um prazo de dez dias para as duas partes enviarem as alegações finais. Depois disso, será publicada a sentença, o que não tem um prazo definido para ocorrer. Procurada pelo g1, Luana Piovani disse apenas que participar da audiência foi "constrangedor" e que, por isso, achou "bem positivo". Em sequência de stories publicados no Instagram após a sessão, a atriz definiu, mais uma vez, o processo como um "constrangimento" enquanto se preparava em casa para fazer um espetáculo à noite. "Poste mijando no cachorro é pouco. Que constrangimento, Deus me perdoe. Bora lá tomar banho, que hoje é dia de show. E é assim que a gente consegue o que precisa: se unindo. Vai dar tudo certo, o bem vai vencer o mal. Eu não vejo a hora de tudo isso acabar e a Mirtes poder levar a vida dela, poder viver o luto dela e, então, conseguir respirar", declarou. Em outro vídeo, Luana também comentou sobre o depoimento do colega de Sari Corte Real. Na audiência, a testemunha disse que a ex-patroa de Mirtes Renata sofreu constrangimentos depois que o caso de Miguel começou a repercutir na faculdade a partir das postagens de Luana Piovani. "Ele diz que as pessoas, como é uma faculdade de classe média alta, não sabiam de nada e que as pessoas ficaram sabendo depois do meu vídeo e ela passa a ser hostilizada na faculdade porque as pessoas começaram a dizer que ela era assassina. E eu aqui, ouvindo, com uma vontade de falar: 'gente, mas ela é, ela já foi condenada'. O cara dizendo que o mal da vida dela não foi ter matado a criança, foi eu ter contado para todo mundo", afirmou. Ao g1, o advogado Danilo Heber de Oliveira Gomes, que representa Sari Corte Real no processo, disse que ficou demonstrado, no depoimento da testemunha, que ela sofreu danos morais. "Após as publicações de Luana Piovani, os comentários e a reprovação social com Sari foram mais contundentes. Obviamente, todo mundo já conhece o fato, mas a campanha que Luana fez meio que reacendeu [...], causa desinformação e incita, ao nosso ver, violência", declarou. O advogado afirmou, ainda, que a atriz cometeu excessos ao comentar sobre o caso na rede social. "Gravou vídeo incitando a população, falando em justiça com as próprias mãos. Então, a gente acha que houve a comprovação cabal da responsabilidade, do excesso de Luana Piovani", disse. Luana Piovani e Sari Corte Real Reprodução/Instagram/TV Globo Processo por danos morais A ação tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde 22 de novembro do ano passado. Na petição, a defesa de Sari Corte Real anexou três vídeos postados pela atriz nos stories do Instagram, no dia 18 de setembro de 2024. Em um deles, a atriz cobra do governo de Pernambuco ajuda para agilizar o processo penal contra Sari e chama o marido dela de "corrupto". Em outro vídeo, a influenciadora compartilhou uma publicação da mãe de Miguel e pediu "cadeia para os criminosos Sari e Sérgio", marcando os perfis do presidente Lula (PT) e da primeira-dama, Janja da Silva. No terceiro story, a atriz compartilhou outro vídeo de um influenciador que comenta sobre a suspensão da indenização à família de Miguel e escreveu na legenda: "Po***, façam alguma coisa!", marcando, novamente, os perfis de Lula e Janja e as páginas do governo de Pernambuco e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O advogado Danilo Heber de Oliveira Gomes, que representa Sari no processo, disse ao g1 na época que moveu a ação para conter o que chamou de "exageros" e de "campanha contra Sari" encampada pela influenciadora, com "declarações ácidas", nas redes sociais. Após as informações sobre o processo virem a público, a influenciadora disse, em sequência de stories no Instagram, que a ação movida por Sari representava uma "inversão de valores muito maluca" e fez mais críticas à demora na tramitação dos processos judiciais contra a ex-patroa da mãe de Miguel (veja vídeo abaixo). 'Inversão de valores', diz Luana Piovani sobre ação movida por Sari Corte Real Caso Miguel Laudo pericial sobre a morte do menino Miguel desmente versão de Sari Corte Real Em 2 de junho de 2020, Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, caiu do 9º andar do Condomínio Pier Maurício de Nassau, no bairro de São José, no Centro da cidade; Mirtes, mãe dele, tinha descido ao térreo para passear com a cadela dos patrões, enquanto a então patroa, Sari Corte Real, responsável por cuidar do menino naquele momento, pintava as unhas com uma manicure; O garoto ficou no apartamento de Sari, localizado no 5º andar e, num determinado momento, correu até o elevador; Imagens de uma câmera de segurança mostram Sari Corte Real apertando um botão do elevador e deixando a porta fechar com o menino dentro (veja vídeo acima); Um laudo pericial concluiu que o botão que Sari apertou levava o elevador para a cobertura do edifício; O vídeo mostra, ainda, o equipamento parando no 9º andar e o garoto saindo da cabine; Perdido, Miguel caminhou até um vão onde fica o maquinário dos aparelhos de ar-condicionado e caiu no térreo, morrendo enquanto era socorrido; Sari foi presa em flagrante na época e autuada por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada; Em 2021, Mirtes Renata começou a cursar direito, para entender melhor os trâmites processuais do caso do filho; Com a repercussão do caso, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) criou o Instituto Menino Miguel, voltado para discussões sobre infância, família e envelhecimento; Em 2022, em visita ao instituto, a mãe do garoto homenageou a cantora e compositora Adriana Calcanhotto, que em 2020 compôs a canção "2 de Junho" sobre a morte de Miguel; Em maio de 2022, Sari foi condenada a oito anos de prisão e seis meses de prisão por abandono de incapaz com resultado morte, porém, em novembro do ano seguinte, a pena foi reduzida a sete anos; Além do processo criminal, o casal Sari e Sérgio Hacker responde a uma ação trabalhista por convocar as ex-funcionárias Mirtes Renata Santana e Maria Marta, mãe e avó de Miguel, para trabalhar durante a pandemia e por pagar os salários delas com dinheiro da prefeitura de Tamandaré; O processo, que condenou o casal a pagar uma indenização de R$ 1 milhão à família do menino, foi suspenso pelo STJ em setembro de 2024; A família do menino também entrou com uma ação cível contra Sari por danos morais, pedindo uma indenização de R$ 1 milhão; Em maio de 2023, um abaixo-assinado com quase 2,8 milhões de assinaturas pediu celeridade no julgamento sobre o caso; No mês seguinte, Sari Corte Real se matriculou no curso de medicina numa faculdade particular; A defesa de Sari recorreu em todos os processos movidos contra ela, que segue em liberdade quase cinco anos após a morte de Miguel. 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